Ele é redondinho. Vermelho. Conhecido no mundo inteiro. E está impreterivelmente presente em saladas, sanduíches, massas e no tradicional ketchup. Adivinhe de quem estou falando? TOMATE. Mas afinal, qual a origem do segundo alimento mais consumido do mundo (ele só é superado pela batata)? O tomate, um fruto do tomateiro rico em licopeno e vitamina C, e não um legume como muitos possam pensar, tem suas origens na América Central e do Sul, onde era amplamente cultivado e consumido pelos povos pré-colombianos. A maioria dos botânicos atribui a origem do cultivo e consumo (e mesmo a seleção genética) do tomate como alimento, à civilização Inca do antigo Peru. Outros estudiosos acreditam que o tomate seja originário da região do atual México, não apenas pelo nome pertencer tipicamente à maioria das línguas locais (Náuatles), mas porque as cerâmicas Incas não registraram o uso do tomate nos utensílios domésticos, como era costume. Introduzido na Europa pelos espanhóis que o trouxeram do México em meados do século XVI, o tomate, a princípio era considerado venenoso, por isso era cultivado apenas para fins ornamentais. As primeiras espécies exportadas da América foram logo batizadas de pomodoro pelos italianos pois eram amarelas, parecendo "maçãs douradas". Somente no século XIX é que o fruto passou a ser consumido e cultivado em escala cada vez maior. Na Itália adaptou-se perfeitamente, principalmente na região de Nápoles, por ter solo vulcânico. Depois ele passou a ser cultivado e consumido na França e Espanha.
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Alla bolognesa, à espanhola, à mexicana, à la marselhesa, alla napolitana, alla parmigiana, à la orientale, à la niçoise, à portuguesa e à la provençale são apenas algumas das infinitas receitas que adotaram o fruto como ingrediente. Nos Estados Unidos, o mesmo era tido como veneno e as pessoas morriam de medo dos frutos vermelhos. Foi temido até o ano de 1830, quando um sujeito chamado Robert Johnson subiu nas escadarias da prefeitura de Salem em Nova Jersey e comeu um tomate inteiro, para espanto total da platéia que assistia ao macabro ritual de “suicídio”. O povo permaneceu ali, parado por vários minutos esperando que Johnson morresse com o veneno do tomate, mas como isso não aconteceu, as pessoas perceberam que o tomate era um fruto totalmente sem risco e dali em diante o tomate começou a se popularizar no país. De sua família, também fazem parte as berinjelas, as pimentas e os pimentões, além de algumas espécies não-comestíveis.
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Os tomates podem ser divididos em diversos grupos, de acordo com seu formato e sua finalidade de uso:
• Santa Cruz, tradicional na culinária, utilizado em saladas e molhos e de formato oblongo;
• Caqui, utilizado em saladas e lanches, de formato redondo;
• Saladete, utilizado em saladas, de formato redondo;
• Italiano, utilizado principalmente para molhos, podendo ainda fazer parte de saladas. Seu formato é oblongo, tipicamente alongado;
• Cereja, utilizado como aperitivo, ou ainda em saladas. É um "mini-tomate", com tamanho pequeno, redondo ou oblongo.
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Além de diferirem em seu formato, os tomates também podem ter variações em sua coloração. Apesar de ser bem mais comum encontra-lo na coloração vermelha, atualmente, novos tipos de tomate podem ser encontrados na cor rosada, amarela e laranja. Os dois últimos são mais difíceis de serem encontrados no Brasil.
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Curiosidade: Quando os tomates passaram a ser comestíveis no Velho Mundo, ainda não se sabia o que fazer com eles, uma vez que eram muito ácidos para comer como fruta. Foi então, que um chef de cozinha da corte espanhola, chamado Antonio Latine, resolveu usar o fruto misturando-os com cebolas e óleo de oliva para criar um molho. Estava criado o primeiro molho de tomate e daí em diante a popularização do fruto cresceu exponencialmente. Na Itália, o chef espanhol escreveu entre 1692 e 1694 o livro de cozinha napolitana Lo Scalco Alla Moderna, em que uma das suas receitas recomendava levar ao fogo pedaços de tomate, sem pele e sementes, temperando com salsinha, cebola e alhos picados, salpicados com sal e pimenta, acrescidos de azeite e vinagre, para obter um molho de tomate “de estilo espanhol”
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